PARASHA HASHAVUA

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PARASHÁ COMENTADA

Parashá 21: Ki tissa

Shemot/Êxodo 30:11 à 34

Haftará: 1 Reis 18:20-39; Lucas 11:14-20; Atos 7:35 à 8:1; 1 Coríntios 10:1-13 e 2 Coríntios 3:1-18

Shabat, 19 de Fevereiro de 2022 - 18 de Adar 1 de 5782

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parash'ôt.

A Parashá desta semana é chamada de Ki Tissá, que significa "Quando contares". Esta é a terceira de várias Parash'ôt que expõem em detalhes a construção do Mishkan/Tabernáculo.

Ki Tissá começa com Moisés recebendo a ordem para fazer um censo, coletando uma contribuição de uma moeda (meio shekel) de cada adulto do sexo masculino com idade acima de 20 anos.

Betsalel e Ohalioav são indicados como os artesãos que deveriam supervisionar a construção do Tabernáculo que está para ser iniciada.

O Povo de Yisrael é convidado a celebrar o Shabat Kodesh e em seguida a Torah retoma a narrativa das Revelações no Monte Sinai, e descreve o episódio triste e lastimável da construção do bezerro de ouro, símbolo da rápida apostasia de Yisrael.

O Eterno diz para Moisés retornar ao povo imediatamente, ameaçando destruir a todos e formar outra nação a partir de Moisés.

Adonai estava com Moisés no Monte Sinai por 40 dias e 40 noites. Adonai já tinha ordenado a Moisés como construir a tenda da reunião para Ele.

Este lugar de moradia era o santuário sagrado móvel, onde as pessoas podiam trazer oferendas ao Eterno.

Sacerdotes deviam usar roupas especiais e se lavarem antes de oficiar neste santuário. Cada pessoa, ricos e pobres, deveriam doar metade de um shekel para financiar o serviço no santuário.

Pessoas especializadas em perfumes deveriam preparar um óleo da santa unção, onde seria usado para ungir e consagrar todos os objetos sagrados do Mishkan, inclusive para a unção de Arão e seus filhos como sacerdotes.

Também os mesmos artesões indicados pelo Eterno deveriam preparar o incenso aromático que deveria ser usado unicamente no Santuário. Disse Adonai:

"Diga aos filhos de Yisrael que guardam os meus Shabatot, para que você saiba que Eu Sou o Eterno, que vos santifica. Para aqueles que profanarem o meu Shabat, a sua alma será extirpada do meio do povo. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia é o Shabat do descanso solene, santo ao Eterno. Este será um concerto perpétuo, um Sinal entre Mim e os filhos de Yisrael eternamente, pois em seis dias Adonai fez o céu e a terra, e no sétimo dia D'us descansou e cessou de trabalhar" (Êxodo 31:13-17)

Uma coisa nos chamou a atenção, Adonai disse: "guardem os meus Shabatot", isso nos mostra que não era apenas o Shabat do sétimo dia para ser guardado, cada feriado de Festas seria um Shabat, por isso que o texto põe no plural "Shabatot", era o Shabat semanal do sétimo dia e mais o Shabat festivo, era uma única Mitzvá sem diferenças de categorias como certas denominações cristãs sabatistas tentam iludir seus membros dizendo que haviam "sábados semanais e sábados cerimoniais", a própria Torah DESMENTE estas seitas sabatistas ao declarar que eram os Shabatôt(sábados) no plural, nada como o texto hebraico para desmentir falácias cristãs.

Moisés demorou além do esperado no monte, neste momento, as pessoas estavam começando a se perguntar se Moisés jamais iria voltar. Eles se reuniram contra Arão dizendo:

"Faça-nos um deus que vá adiante de nós, porque nós não sabemos o que aconteceu com Moisés".

Arão construiu um altar para a imagem de um bezerro de ouro, proclamando uma festa para Adonai, amanhã. No início do dia seguinte, as pessoas festejaram e fizeram oferendas"

Ao retornar ao Monte Sinai, Adonai disse a Moisés: "Vai, desce, para as pessoas trazidas da terra do Egito, eles já se corromperam, eles se desviaram rapidamente, fizeram um bezerro de fundição, e o estão adorando como se fosse a Mim."

Adonai estava disposto a destruir o povo se não fosse Moisés interceder por eles. Como Mediador entre Adonai e o povo, Moisés, porém, suplicou a D'us:

"Por que destruir o povo que tu salvaste? Por que os egípcios irão dizer, D'us os salvou com má intenção, para matar as pessoas mais tarde. Reconsidera. Lembre-se de sua promessa a Avraham, Yitz'chak e Ya'akov para multiplicar sua descendência como as estrelas do céu e dar-lhes a terra prometida"

Então Adonai removeu a punição prevista para Yisrael.

Interessante notarmos que a própria Torah nos mostra que Moisés, o Enviado do Eterno, também era um Mediador entre o Eterno e o Povo de Yisrael, muitos ex-cristãos recalcados quando renegam Yeshua nos vem com esta piada ridícula de dizer que não precisamos de mediadores entre o Eterno e nós, a Torah Sagrada DESMENTE estes recalcados mostrando que Moisés, além de ser o Enviado do Eterno, também fazia a Função de Mediador. Yisrael foi salvo varias vezes da destruição por causa da interseção de Moisés.

Moisés deixou o Monte Sinai com as duas tábuas do testemunho em suas mãos, nessas tábuas, escritas de ambos os lados, obra de Elohim, estavam escritas as Dez Palavras ou Dez Ditos que são uma súmula de todas as 613 Mitzvot, isto é, pela gematria hebraica as 613 Mitzvot-mandamentos correspondem as 10 Palavras (6+1+3 = 10).

Quando Moisés viu o bezerro e as danças, sua ira acendeu e, num súbito ato de indignação quebra as duas Tábuas do Testemunho. Então, Moisés tomou o bezerro, queimou a fogo, moendo-o a pó, jogou-a sobre a água e fizeram os filhos de Yisrael beberem.

Moisés ordena a execução de todos os apóstatas que se jogaram na idolatria hedionda, de todas as tribos haviam um grupo de pessoas que se entregaram a idolatria, apenas a tribo de Levi ficou de fora desta profanação.

Adonai estava bastante indignado contra Yisrael por causa da profanação do bezerro de ouro, se tem um pecado que mais Adonai abomina, este é a idolatria, então Moisés foi ao Eterno e disse: "Se você não pode dar ao povo o perdão, então, risca-me do Teu Livro, que tens escrito."

Adonai respondeu: "Aquele que tiver pecado contra Mim, Eu o riscarei do Meu Livro! Mas quando me lembro de seu pecado, naquele dia, haverá um acerto de contas." Então, Adonai enviou uma praga sobre o povo que adorou o bezerro de ouro.

Adonai disse a Moisés: "Vou enviar um anjo diante de ti e expulsar os povos nativos de Canaã. Mas Eu não vou entrar mais em seu meio, já que você é um povo de dura cerviz, para que Eu não o destrua pelo caminho."

Quando o povo ouviu esta dura advertência, eles choraram e ninguém colocou mais as suas finas joias por temor a repreensão do Eterno, pois foi com as mesmas jóias que A'arão fabricou o bezerro de ouro, assim, temendo uma represália do Eterno, o povo resolveu não usar suas jóias que tinham ganhado dos egípcios.

Moisés ergueu a tenda da revelação fora do acampamento, quando ele se dirigia ao Eterno ia até a tenda. Sempre que Moisés ia até a tenda, todo o povo observava como a coluna de nuvem descia do céu e ficava à porta da tenda, enquanto Adonai falava com Moisés. Quando o povo percebia a coluna de nuvem, todo o povo levantava e adoravam ao Eterno. "Oh, Elohim", disse Moisés, na Tenda do Encontro, "deixe-me ver a Sua divina presença." Adonai respondeu: "Eu tenho escolhido você pelo nome. Eu farei passar toda a Minha bondade diante de você. Serei gracioso para aqueles a quem Eu tiver misericórdia e mostrarei compaixão para com aqueles a quem Eu quiser ter compaixão. Mas você não pode ver Meu rosto, pois nenhum ser humano pode ver-Me e continuar a viver. Mas você ficará sobre uma rocha e quando a Minha Kevôd passar, você verá o Meu esplendor, mas Meu rosto não poderá ser visto."

Moisés permaneceu com o Eterno por 40 dias e 40 noites e não comeu pão nem bebeu água. Elohim escreveu em outras tábuas esculpidas por Moisés, as Palavras da Aliança, os dez Ditos.

Quando Moisés desceu do Monte Sinai com as duas tábuas do testemunho, Moisés não sabia que seu rosto irradiava uma Luz intensa, porque ele tinha falado com o Eterno.

Quando Aharon e as pessoas viram a forma como o rosto de Moisés irradiava esta Luz, eles ficaram com medo de vir em direção a ele.

Moisés chamou-lhes a dar atenção às Dez palavras, ele deu os Mandamentos para os sacerdotes e príncipes e depois para todos os filhos de Yisrael.

Moisés deu-lhes tudo o que Adonai tinha falado sobre o Monte Sinai.

Quando Moisés terminou de falar, ele colocou um véu sobre o rosto. Quando Moisés ia falar com Adonai, ele tirava o véu. Quando os filhos de Yisrael olhavam para o rosto de Moisés radiante de Luz, Moisés colocava o véu sobre o seu rosto, até que ele ir falar novamente com o Eterno.

Este pequeno exemplo de Brilho radiante nós verificamos no episódio do monte da transfiguração, quando o Messias Yeshua foi transfigurado para poder falar com dois Tsadikim já glorificados, a saber Moisés e Elias, tanto a pele de seu rosto como suas vestes irradiavam uma Luz intensa semelhante a de Moisés. (ver Lucas 9:29-31)

O sentido Espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):

O principal ponto chocante desta Parashá é a construção do bezerro de ouro e a reflexão sobre a idolatria. Muitas pessoas se sentem confortáveis por não reverenciarem imagens ou pessoas sem saber que são idólatras por outras razões. Idolatria é depositar, em "algo" diferente da Luz do Eterno, a fonte de qualquer coisa que recebemos. Depositar, por exemplo, no trabalho a fonte da minha abundância material é uma forma de idolatria.

O trabalho é um instrumento da Luz Divina para que esta abundância possa manifestar-se fisicamente, mas ele não é a fonte pela qual eu deva me direcionar, se nos não soubermos diferenciar esta correlação existente entre o intermediário e a Fonte Divina, cairemos no pecado da idolatria, infelizmente foi o que ocorreu com o cristianismo.

A idolatria confunde a Fonte com o intermediário e leva o ser humano a fixar-se no que o objeto pode oferecer (conforto, segurança, afeto, sucesso, prosperidade, etc.) e não no Eterno em si.

Este é um pecado muito visível no meio cristão, onde o Messias (o intermediário) é confundido com a Fonte Divina (o Eterno), hoje a idolatria está transvestida de judaísmo, certas organizações religiosas de cunho cristão têm crescido nestes últimos dias, sob a falsa capa de "judaísmo messiânico e nazareno trinitaristas ou unicista", estas organizações religiosas têm levado muitos incautos à IDOLATRIA na pessoa do Messias e, consequentemente, os conduzindo a morte eterna conforma a revelação do Apocalipse:

"Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira" (Apoca. 22:15)

Um bom antídoto para idolatria é a santificação do Shabat, um período de tempo que vai do anoitecer de sexta até ao anoitecer de sábado, e que também é um tema abordado nesta porção.

O Zohar nos ensina que no Shabat existe uma harmonia entre o Criador e criação. Durante toda a semana tentamos demonstrar nosso domínio sobre o mundo físico, mas isso acaba nos tornando escravos desta realidade, infelizmente. É fácil perder-se no mundo material, e o Shabat é um lembrete constante de que podemos viver em uma realidade superior uma vez por semana.

Ki tissá também nos permite fazer uma reflexão sobre a questão do tempo. Quando as coisas não acontecem no tempo que "estipulamos" não conseguimos vencer nossa ansiedade, a falta de confiança se instala e a dúvida domina.

Começamos então, a nos sentir abandonados pela Luz Divina do Eterno, incapazes de estabelecer a conexão com Ele e, como é a tendência do ser humano, colocamos sempre a responsabilidade no outro.

Que Adonai, o Eterno abençoe a Leitura o Estudo e a Prática de sua Palavra.

קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם

Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa

Marlon T. Troccolli.

PARASHÁ COMENTADA

Parashá 22: Vayak'hel 

Shemot/Êxodo 35 à 38:20
Haftará: I Reis 7:13-26(Se.); II Coríntios 9:1-15; Hebreus 9:1-14; Apocalipse 11:1-13
Shabat, 26 de Fevereiro de 2022 - 25 de Adar 1 de 5782
Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parash'ôt.
Vaiak'hel começa com Moisés reunindo todo o povo de Yisrael para transmitir-lhes sobre a conexão com o Shabat, a construção e a montagem do Tabernáculo.
Em resposta ao chamado de Moisés, os Filhos de Yisrael vieram com contribuições generosas para a construção do Tabernáculo. Os artesãos são escolhidos e a Torah descreve em detalhes a construção.
Uma questão nos chamou a atenção neste início de relato, a Mitzvá que proíbe acender fogo em nossas casas no Shabat, alguns gentios nos acusam de violarmos o Shabat quando esquentamos nossos alimentos no Shabat, os judeus karaítas interpretam de forma negativa e não acendem nenhum tipo de fogo no Shabat, mas qual seria e interpretação correta com as Escrituras?
Temos que consultar o texto original para não cairmos no erro de fazer uma interpretação equivocada.
A palavram hebraica usada no texto é ''lo teva'aru'' que dá a ideia de atear fogo, produzir fogo, ou seja, fazer todo o processo para a obtenção do fogo e não simplesmente ter uma chama acesa em nossas casas, basta lembrarmos do que aconteceu com um homem que foi encontrado apanhando lenha para fazer fogo no Shabat (ver Números 15:32-36).
Outro fato que liquida a questão é a Mitzvá de se manter a sagrada Menorá ACESA CONTINUAMENTE no Tabernáculo inclusive no Shabat (ver Êxodo 27:20-21). A conclusão escriturística é que seria proibido produzir fogo em nossas casas no Shabat, mas nada se proibia em manter uma chama acesa como ''piloto'' para esquentarmos nossos alimentos.
Os israelitas do passado utilizavam uma candeia ou lamparena que mantinham acesa durante o Shabat da qual transferiam o fogo para seus fogões e assim não violavam o Shabat.
Moisés chama o povo para fornecer materiais para a conclusão do Mishkan. Os israelitas reagiram com entusiasmo, superando a necessidade e produzindo um excedente de materiais.
A Parashá menciona várias vezes que as mulheres participem neste processo, referindo-se a um grupo de mulheres que executaram tarefas na entrada da tenda de reunião, percebemos então que Adonai envolveu todo o povo de Yisrael neste ministério, inclusive as mulheres.
O criativo e talentoso Bezalel, que era ainda mais abençoado com a habilidade de ensinar com eficácia os outros, é designado como o mestre artesão de liderança no esforço para concluir o embelezamento e manutenção do Santuário. O'oliabe também tem um papel de liderança no fornecimento para as necessidades artísticas e estéticas do Mishkan.
A Parashá Vayak'hel revisita informações familiares dos capítulos anteriores no Livro do Êxodo, que descrevem a construção do Tabernáculo e os seus vários acessórios e apetrechos, incluindo a mesa, a Menorah, o altar, incenso, óleos, e assim por diante.
Os detalhes finais relatados na Parashah são a construção da pia sacerdotal, de espelhos de cobre doados por mulheres israelitas, e um relatório sobre as dimensões do recinto para os recintos sagrados.
O sentido espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):
Precisamos entender que, sendo o mundo físico apenas uma das dimensões da realidade, é necessário que o ser humano construa este Templo Sagrado dentro de si mesmo e a conexão com o Shabat é fundamental para essa construção.
Quando permitimos que a Luz Divina habite a nossa consciência, nos tornamos imunes ao caos e desequilíbrio que envolve o mundo material.
O Shabat é um lembrete constante de que existe uma outra realidade (espiritual). O Shabat portanto é um Portal no tempo por onde entramos em espírito para nos encontrar com o nosso criador, é por isso que o Shabat é tão importante para o Povo da Aliança.
Lembre-se de que a construção deste espaço interior (Tabernáculo), que permite uma plena conexão com a Luz Divina, dever ser feita com beleza (obra de artesão), superando as dificuldades inerentes ao processo.
Betsal'El(besalel), o artesão escolhido para ornamentar com sua criatividade o Tabernáculo, era dotado de sabedoria, entendimento e conhecimento.
O nome de Betsal'El, que em hebraico significa "descansar à sombra de El, de Elohim", sugere que através do exercício de contração, ele recebeu a inspiração dos céus para a construção do Tabernáculo.
A Luz atua a partir de nosso interior e quando os desafios se apresentam (fora) temos que fazer esse exercício de contração para permitir a atuação da Luz Celestial em nossas vidas, é desta forma que nos tornamos portadores desta Luz Divina na qual os gentios não a têm:
"Levante-se, resplandece! Porque vem a tua Luz, e a kevod do Eterno raiará sobre ti. Veja! A escuridão cobre a terra, e as trevas envolvem os gentios, mas sobre ti raiará Adonai, e sobre ti se vê a sua kevod. As nações virão à tua Luz e os reis ao fulgor que te nasceu" (Isaías 60:1-3)
Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.
קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם
Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa
Marlon T. Troccolli

PARASHÁ COMENTADA 

Parashá 23: Pekudê 



, Shemot/Êxodo 38:21 à 40 ;Haftará: 1 Reis 7:40-50; Apocalipse 15:5-8

Shabat, 05 de Março de 2022 - 02 de Adar 2 de 5782

Neste Shabat vamos estudar a porção de encerramento do Livro do Êxodo, a Parashá Pekudê, abre com um inventário os metais que tinham sido contribuídos para o santuário, juntamente com uma contagem mais precisa da população israelita que trouxe esses presentes: 603.550 homens com mais de vinte anos de idade, quando então, tornaram-se elegíveis para o serviço militar, com a adição implícita de suas famílias.

A descrição detalhada das elaboradas vestimentas sagradas sacerdotais é fornecido, o que corresponde a contas anteriormente no livro de Êxodo. A tenda está finalmente concluída. Moisés dá uma bênção sobre os israelitas por seus esforços ao Eterno.

O Mishkan está finalmente concluído, está pronto para implantação, ele finalmente é erguido e seus móveis devidamente organizado, por ordem do Eterno é claro. "no primeiro dia do primeiro mês", efetuando uma celebração de Ano Novo acessório.

Levaram, na verdade, precisamente nove meses de gestação nacional e espiritual desde a revelação no Monte Sinai. Os implementos rituais dentro do Santuário são ungidos e dedicado às suas funções sagradas.

Em uma consumação final do esforço de construção, então, a Presença Divina enche o Tabernáculo. "Quando a nuvem se levantava de sobre a tenda, os israelitas teriam estabelecido", continuando a sua caminhada para a Terra Prometida. Durante essas viagens, a nuvem da presença divina iria descansar sobre o Tabernáculo durante o dia e assumir um aspecto de fogo durante a noite.

O Tzitz foi uma das oito peças de vestuário especial usada pelo Sumo Sacerdote, constituía-se de uma placa de ouro usado em toda a testa, gravado com as palavras "Consagrado ao Eterno".

A Torah ordena que o Tzitz "esteja em sua testa para sempre" (ver Êxodo 28:38). Os sábios entendiam esta exigência não tanto como endereçamento onde a placa de cabeça é gasto, mas sim como ele é usado. Não é o suficiente para o Tzitz estar fisicamente em sua testa. Deve estar antes de tudo "em sua mente."

O Sumo Sacerdote deve estar constantemente ciente da placa e sua mensagem sagrada e sucinta, "Consagrado ao Eterno", enquanto servia no Templo sagrado. Seu serviço requer o reconhecimento consciente da finalidade de suas ações, sem pensamentos e reflexões irrelevantes."

Quando o Cohen Gadol iria prender o Tzitz na testa, ele declarou publicamente que ele e o Mishkan formavam Uma só Peça. Ele e o serviço do Templo eram Um só.

Não só foi a presença do Eterno manifesta entre as quatro paredes do Tabernáculo, mas também Adonai se manifestou através da pessoa do Cohen haGadol.

Foi precisamente neste sentido que o Messias se referiu quando disse: "eu e o Pai somos Um" (João 10:30), era uma união de propósito, de serviço sagrado, de objetivos e não de "substâncias" como erroneamente os cristãos alegam de maneira equivocada e infeliz.

O sacerdote ungido deveria levar constantemente gravado na testa as palavras "Consagrado ao Eterno".

Não é pouca coisa para uma criatura de vontade livre para manifestar D'us. Trata-se de moldar o caráter de alguém para refletir toda a sensibilidade e preocupação ao ser forte e corajoso contra todo e qualquer adversário. Seria muito bom que cada um de nós fossemos um Cohem Gadol aos nossos filhos e alunos.

O Sentido espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):

Pekudê, a última porção do livro de Êxodo, começa com uma prestação de contas feita por Moisés para sua Congregação. Esta leitura das duas últimas porções do livro de Shemot, marca o encerramento de um ciclo.

A jornada rumo ao melhor de nós mesmos (para chegarmos à Terra Prometida e ao Olam Habá) segue em frente, mas é necessário uma avaliação do nosso aprendizado.

Através desta avaliação de "perdas e ganhos", somos lembrados sobre o motivo de estarmos aqui neste mundo, que seria uma correção (tikun) que devemos fazer em nossas vidas, caráter e personalidade.

Não adianta fugir da situação, é necessário aceitar e compreender, para depois modificar e seguir em frente.

De modo geral, fala-se muito desta prestação de contas que é feita ao longo do mês de Elul, justamente porque as pessoas estarem se preparando para os julgamentos de Rosh haShaná e posteriormente ao Yom Kipur, mas, convenhamos, quem realmente se lembra de tudo o que fez ao longo de um ano? Por isso mesmo que, devemos falar como o salmista:

"Quem pode discernir os pecados que se escondem em seu interior? Perdoa-me Tu os meus pecados que me são ocultos" (Salmos 19:12)

Todavia, o verdadeiro israelita procura, hoje, ser melhor do que foi ontem. Como fazer isso? Através de uma reflexão diária.

Feita esta avaliação diária, qual o seu compromisso com o dia seguinte? O que você pode fazer de melhor? O que pode corrigir? O que pode aprender de novo?

Lembre-se de que a construção de um consagrado espaço interior, deve permitir uma plena conexão com a Luz Divina, deve ser feita com beleza (obra de artesão), superando as dificuldades inerentes ao processo de Teshuvá diária e buscando fazer cada vez o melhor para o Eterno.

Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.

קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם

Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/Pa

Marlon T. Troccolli


PARASHÁ COMENTADA

Parashá 24: Vayikrá

 Vayikra/Levítico 1 à 6:7Haftará: Isaías 43:21 à 44:23; Romanos 8:1-13; Hebreus 10:1-14 e 13:10-16

Shabat, 12 de Março de 2022 - 09 de Adar 2 de 5782

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parash'ôt. Este Shabat assinala o início da leitura do terceiro livro Sagrado da Torah, Vayikrá. A Parashá Vayikrá começa com Moisés recebendo um chamado do Eterno e em seguida, fala sobre os procedimentos e responsabilidades dos sacerdotes em relação aos sacrifícios (oferendas) que eram feitos no Mishkan.Na primeira metade da porção, a Torah descreve os vários korbanot (sacrifícios) opcionais, classificados em três categorias gerais: Oferendas de Elevação, Oferendas de Cereais e Oferendas de Shalom. Na segunda metade, a porção discute as Ofertas de Expiação, feitas com objetivo de retificar as transgressões não intencionais.Moisés realizou uma cerimônia para ungir o Tenda do Encontro Nomeando os Sacerdotes que vão oficiar nele, uma nuvem agora cobre a Tenda da Reunião, e a presença do Eterno enche o Tabernáculo. Adonai chama a Moisés e ordena-lhe a ensinar aos filhos de Yisrael as maneiras de trazer oferendas a Ele. Haverá Oferendas de animais, cereais e frutas. Os animais para o sacrifício devem ser do sexo masculino e sem defeitos. Esses animais devem ser abatidos, lavados e queimados sobre o altar de sacrifícios da Tenda do Encontro. Este será para uma oferta de elevação, uma oferta feita por fogo diante do Eterno e para fazer expiação perante Ele.As principais oferendas sacrificais eram:De Grãos: --> "Para os grãos, fazer a oferenda com farinha de trigo e óleo e incenso. Coloque-o em frente ao altar. Qualquer coisa fermentada deve ser feita em uma oferta de fogo. Você deve temperar todas as ofertas de grãos com sal"De Gado: --> "Para as oferendas de gado e criação de pequenos animais, toda a gordura pertence a D'us. Deve ser por estatuto perpétuo para os seus descendentes em todas as suas habitações para não comer gordura, nem sangue"De Pecado por ignorância: --> "Se uma pessoa inadvertidamente cometer um pecado, então, deverá fazer um sacrifício pelo pecado. Se toda a Congregação de Yisrael pecar inadvertidamente e tiver ficado em oculto, haverá culpa coletiva. Se o pecado torna-se conhecido na comunidade, então a comunidade deve trazer uma oferenda pelo pecado. Um touro deve ser trazido pelos anciãos da comunidade e sacrificado em uma oferta de expiação para limpar a comunidade do pecado"Pecado por ignorância de uma autoridade: --> "Se um Príncipe cometer um pecado indevidamente, então ele será considerado culpado. Ele porá a mãos sobre a cabeça de um bode e o sacrificará...."Pecado por ignorância de uma pessoa: --> "Se alguma pessoa dentre o povo cometer um pecados, fazendo algo que Elohim ordena que não devia ser feito, então ela será culpada. Ela trará uma cabra sem defeito para oferenda pelo pecado. Então o sacerdote tomará a gordura e a queimará em uma expressão de respeito ao Eterno. O cohen efetuará expiação por ele, pelo seu pecado, e ele será perdoado"Pecado por negligência ou conivência: --> "Uma pessoa poderá incorrer em culpa quando ela for testemunha de um fato, de uma maldade ou de uma Lashon hará mas se omitir, não denunciando o infrator mas, deixando-o livre para continuar prejudicando o seu próximo. Também incorrerá em culpa quando ele tocar um cadáver de animal impuro ou em um humano estando imundo, mesmo quando o toque passar despercebido, a culpa é incorrida quando o pecado é descoberto. Uma pessoa incorre em culpa quando ela jurar em um juramento de negar ou conceder alguma coisa, e depois tenha se esquecido, no dia em que se lembrar será culpada".A Torah ainda dava a oportunidade para a pessoa que não tinha posses de recorrer a uma oferenda que não fosse de gado, uma par de rolas ou de pombas também poderia ser usados por pessoas de baixo poder aquisitivo.No Salmo 50, Adonai esclarece o propósito de sacrifícios. Adonai afirma que o sacrifício correto não estava na oferenda de um touro em perfeito estado para sacrifícios, nem a tomada de uma cabra, simplesmente porque cada animal já era propriedade de d'Ele. Nem o ofertante deveria pensar no sacrifício como um alimento para D'us, porque Adonai não tem fome. O verdadeiro propósito dos sacrifícios era sensibilizar o pecador diante de um ato que o levava à morte, o pecado. O pecador teria que saber que seu ato pecaminoso era digno de morte, e a Torah Sagrada que é o símbolo da Justiça Divina exigia a sua morte. Porém, Adonai em sua infinita misericórdia, proveu um escape para esta morte, um SUBSTITUTO morreria em seu lugar, a morte de um animal inocente deveria sensibilizar o pecador de sua condição imunda e pecadora diante do Eterno, um sangue seria derramado por este pecador, porque "...sem derramamento de sangue não há remissão de pecados" (Hebreus 9:22).Mas não eram apenas sacrifícios de sangue que Adonai exigia, estes eram apenas um escape, o verdadeiro sacrifício era o sacrifício vivo, oferecido de consciência pelo pecador, o adorador deveria oferecer ao Eterno sacrifícios de Ação de Graças e clamar ao Eterno em momentos de dificuldade, então Adonai seria propício ao adorador e o adorador iria honrar a D'us.Alguns dos que renegaram Yeshua sempre veêm com um argumento tolo e sofismático de que uma expiação não se fazia só pelo sangue, como declara o livro de Hebreus, estes apóstatas alegam que uma expiação poderia ser feita também com farinhas, cereais, vinho e incenso. Mas, o que eles escondem de vocês é que o Sistema litúrgico cerimonial estabelecido pela Torah apresenta várias maneiras de se expiar um pecado temporário, e o que vem a ser um pecado temporário? São pecados denominados involuntários, ou seja, sem a intenção de pecar, esses pecados eram expiados de várias formas, até sem derramamento de sangue.Porém, pecados permanentes, que são aqueles que tem um certo peso espiritual, estes requerem uma vida e a Torah estabelece que é o Sangue que fará a expiação pela Vida:"Pois a vida da carne está no Sangue, e eu o dei a vocês para fazerem Expiação[kaperá] por si mesmos no altar; é o Sangue que faz Expiação por uma vida" (Levítico 17:11)É por isso que no Yom Kipur não cabia expiação com farinhas, azeites e incenso, tinha que haver um animal cujo Sangue faria Expiação pelos pecados de toda a Congregação. É justamente neste sentido que o autor de Hebreus cita que, sem derramamento de sangue não haveria a expiação de todos os pecados no Dia do Perdão anual.E Salmo 107 enumera quatro ocasiões em que uma oferta de agradecimento (זִבְחֵי תוֹדָה = todah zivchei em hebraico), tal como descrito em Levítico 7:12-15 (referindo-se a um זֶבַח תּוֹדַת = todah zevach) seria apropriado se realizar: (1) passagem através do deserto, (2) a liberação da prisão, (3) recuperação de grave doença, (4) de sobreviver a uma tempestade no mar.O Tanach hebraico relata vários casos de sacrifícios perante o Eterno explicitamente chamados por eles em Levítico 1-7. Enquanto Levítico 1: 3-17 e Levítico 6: 1-6 definem o procedimento para o holocausto (עֹלָה = Olah), até então, Gênesis 8:20 relata que Noé ofereceu holocaustos (עֹלֹת = Olot) de todos os animais limpos e de aves em um altar depois que as águas do Dilúvio diminuiu. Em Gênesis 22:2, Adonai disse a Abraão para levar Yitz'chak e oferecê-lo em holocausto (עֹלָה = Olah) Gênesis 22: 3, em seguida, relata que Abraão levantou-se de manhã cedo e dividiu a lenha para o holocausto (עֹלָה = Olah). E depois que o anjo de Adonai evitou o sacrifício de Yitz'chak, Gênesis 22:13 relatos de que Abraão levantou os olhos e viu um carneiro preso num mato, e que Abraão, então, ofereceu o carneiro como holocausto (עֹלָה = Olah) em vez de seu filho.Em Êxodo 10:25 relata que Moisés ordena a faraó para que ele desse aos israelitas "sacrifícios e holocaustos" (זְבָחִים וְעֹלֹת = v'olot Zevachim) para oferecer ao Eterno. E Êxodo 18:12 relata que, após Yetro ter ouvido tudo o que Adonai fez a faraó e aos egípcios, Yetro ofereceu um holocausto e sacrifícios (עֹלָה וּזְבָחִים = Olah uzevachim) ao Eterno.Como podemos observar, haviam vários tipos de sacrifícios com interligações entre eles, entretanto, podemos classifica-los da seguinte maneira: 1-) Sacrifício de Ação de Graças (זִבְחֵי תוֹדָה = todah zivchei) 2-) Sacrifício de elevação (עֹלֹת = Olot) 3-) Sacrifício de exaltação (עֹלָה וּזְבָחִים = Olah uzevachim) 4-) Oferta de manjares (מִנְחָה = minchah) 5-) Ofertas de libações (נֶּסֶךְ = nesech) 6-) Sacrifício de expiação (עלה קרבנו = Olah Korbano).De todos estes apenas o sacrifício de expiação ou Olah Korbano feito para perdão de pecados foi substituído pela morte expiatória do Messias, portanto, é um grande erro se afirmar que a morte do Messias "aboliu" todos os sacrifícios da Torah, o próprio Messias declarou que absolutamente NADA seria abolido da Torah do Eterno(ver Lucas 16:17), nem mesmo um yod seria retirado dela.Por isso que vemos casos, nos Ketuvim Netsarim - Escritos Nazarenos, de nossos irmãos do primeiro século realizando sacrifícios de Ação de Graças e Sacrifícios de Paz no Templo de Jerusalém mesmo depois da morte do Messias, simplesmente porque eles sabiam muito bem fazer a diferença entre os sacrifícios apresentados na Torah, vejamos:"Portanto, faça o que lhe dizemos. Estão conosco quatro irmãos que fizeram um voto. Participe com esses homens dos rituais de purificação e pague as despesas deles, para que rapem a cabeça. Então todos saberão que não é verdade o que falam de você, mas que você continua vivendo em obediência à Torah.... No dia seguinte Shaul tomou aqueles irmãos e purificou-se juntamente com eles. Depois foi ao Templo para declarar o prazo do cumprimento dos dias da purificação e da Oferenda que seria sacrificada individualmente em favor deles" (Atos 21:23-26)Este é um relato verídico e incontestável de que os judeus nazarenos dos tempos dos apóstolos sabiam utilizar a Torah perfeitamente, não considerando-a abolida como pregam algumas seitas sabatistas.A Parashá finaliza com a exposição do sacrifício pelo pecado voluntário, os rabinos interpretam Levítico 5:21-26, juntamente com Números 5:6-8. Levítico 5:21-26 lida com aqueles que pecam ao cometer uma transgressão contra o Eterno por negociação fraudulenta com seus vizinhos na questão de um depósito, penhor, roubo, ou a descoberta de propriedade perdida, e jurar falso. Levítico 5:23-24 estabelece que o condenado tem de restaurar imediatamente na íntegra para a vítima o imóvel ou objeto em questão e deve adicionar uma quinta parte sobre o produto.Em Levítico 5:25-26 requer do ofensor trazer ao sacerdote um carneiro sem defeito para uma oferta pela culpa, o sacerdote fará expiação pelo infrator diante do Eterno, então o infrator será perdoado. Números 5:6-7 ordena que, quando as pessoas cometem algum pecado contra o Eterno, então eles devem confessar e fazer a restituição integral à vítima e acrescentar uma quinta parte. E Números 5:8, prevê que, caso a vítima não tiver herdeiros, a quem a restituição deveria ser feita, o infrator deve fazer a restituição ao sacerdote, além do carneiro da expiação.O Sentido espiritual da Parashá (comentários da Kabalah):Estamos iniciando a leitura do terceiro livro Sagrado da Torah, que tem o mesmo nome da Parashá da semana - Vayikrá (Levítico). Trata-se de um texto um pouco árido e com muitos detalhes sobre as leis dos sacrifícios, holocaustos, oferendas e do comportamento dos sacerdotes.A primeira reflexão sobre Vayikrá é o entendimento de que a palavra hebraica para sacrifício, korban, vem da mesma raiz da palavra karov, que significa próximo. Vayikrá mostra o caminho para nos aproximarmos de algo que ficou "distante". Um korban é um meio pelo qual nos unimos com a Luz Divina.A morte expiatória do Messias é o korban que aproxima o arrependido da Luz Divina, proporcionando-lhe o perdão do Eterno.Esta porção começa com Moisés recebendo um chamado do Eterno, o primeiro passo para ouvirmos o "chamado" e nos aproximarmos da Luz Divina, é o "sacrifício" da nossa alma animal."Fala aos filhos de Yisrael e dize-lhes: quando um de vocês oferecer um sacrifício a Adonai, o sacrifício deve ser retirado do gado, ovelhas ou cabras" (Levítico 1:2)Romper com os modelos impostos pela lógica do mundo material e compreender que existem outras coisas na vida além da sobrevivência, é o princípio do sacrifício desta alma instintiva que nos aproxima da Luz Divina. O impulso para se mover em uma determinada direção, porque os outros estão fazendo o mesmo [seguir a multidão], é também um aspecto que precisamos superar.Para nos aproximarmos da plenitude da Luz, temos que assumir o controle sobre este "algo" que tentamos parecer através de um comportamento padronizado. Outra reflexão importante, é que devemos buscar esta proximidade com a Luz em qualquer circunstância da vida (nos sacrifícios de ação de graças e de pazes, sacrifícios de louvores, sacrifícios de agradecimentos...) e não somente nos momentos de perda, sofrimento ou em pecado, como nos ensinam os nossos sábios nazarenos:"Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias do Eterno que ofereçam os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Adonai; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo perverso, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Elohim" (Romanos 12:1-2)O verdadeiro filho da Luz procura sempre viver os desafios do mundo físico com uma consciência diferenciada ao Eterno, para poder obter recompensas no mundo espiritual.Que Adonai Eterno abençoe o Estudo a Leitura e a Prática de sua Palavra.קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם

Congregação Israelita Sefardita Netsarit Beyt B'nei Avraham - Belém/PaMarlon T. Troccolli.

PARASHÁ COMENTADA

Parashá 26: Shemini

Shabat, 26 de Março de 2022 - 23 de Adar 2 de 5782

 Vayikra/Levítico 9 à 11Haftará: 2 Samuel 6:1-19; Marcos 7:1-23; Atos 5:1-11 e 10:1-35; 2 Coríntios 6:14 à 7:1; 1 Pedro 1:14-16

Este é um comentário sucinto e objetivo das Lições da Torah e dos Profetas (ver Atos 13:15) ou Parash'ôt.Shemini (Oitavo) é a Parashá desta semana, esta porção começa com a narrativa dos eventos que ocorreram no oitavo e último dia de inauguração do Mishkan(tabernáculo), quando Aarão e seus filhos são finalmente consagrados como Sacerdotes. Aarão e Moisés abençoam todo o povo e a presença do Eterno paira sobre eles.Após meses de preparação e antecipação, Aarão e seus filhos são finalmente consagrados como Cohanim nesse oitavo dia da dedicação do Mishkan, e todos os b'nei Yisrael ofereceram diversos korbanot (sacrifícios) de acordo com a instrução de Moisés.Aarão e Moshe abençoam o povo, e todos os b'nei Yisrael se rejubilam quando a presença do Eterno pairou sobre eles. Adonai permitiu que o povo de Yisrael servisse em Sua presença, se aproximando d'Ele depois que eles terminaram o Mishkan e através das Mitzvot lá realizadas.Abruptamente, os dois filhos mais velhos de Aarão - Nadav e Avihu, realizaram uma oferenda sem autorização Divina, ofereceram ketoret(serviço inapropriado) sobre o altar.A resposta veio em forma de um fogo Divino que os consumiu, enfatizando a necessidade de cumprir Mandamentos de acordo com as instruções de D'us dadas na Torah a Moshe. Há um grande ensinamento nesse triste e lamentável episódio, em primeiro lugar, que as coisas do Eterno, por mais simples que sejam, devem ser feitas com responsabilidades e respeito; em segundo lugar, que não devemos tratar o Eterno como uma pessoa qualquer, Ele é o Eterno, o Soberano, o Grandioso, o Todo Poderoso, o Ser no qual todas as coisas devem convergir, qualquer detalhe pessoal deve ser posto de lado quando estivermos tratando com o Eterno; em terceiro lugar, a nossa própria vida depende do Eterno, por isso, ao nos aproximarmos d'Ele devemos, antes de tudo, estar limpos de mãos e puros de coração(ver Salmos 24:3-4) e, em quarto lugar, ou assumimos nossa condição de verdadeiros israelitas com seriedade e responsabilidade ou então, estaremos fingindo ser algo que não somos.Não pensam que ser judeu ou israelita é simplesmente botar um kipá na cabeça e um Talit nos ombros e representarmos um teatrinho na Sinagoga, aqueles que assumiram um Compromisso com o Eterno devem honra-lo como um D'us verdadeiro, ou sofrerão consequências seríssimas.Moshe consola Aarão que sofre em silêncio, a Torah declara que eles morreram porque trouxeram um "fogo estranho" ao Santuário interior do Mishkan, cujo significado é discutido pelos comentaristas à exaustão.Moshe, então, ensina aos Cohanim como devem se comportar durante o luto, e os preveni para não beber bebidas embriagantes antes de oficializarem no Mishkan. Nunca devem nos aproximar do Eterno D'us Santíssimo com a cabeça descoberta, o respeito e a reverência nunca são demais quando estivermos tratando com o Soberano Senhor do Universo.Sobre o que seria o fogo estranho que Nadav e Avihu trouxeram perante o Eterno, ainda é discutido até hoje, entretanto, uma coisa é certa, qualquer coisa que não seja autorizada pela Torah ou que não esteja devidamente revelada ou escrita ou for contrário ao que a Torah ensina, torna-se um "fogo estranho" para o Eterno.Trazendo para o campo doutrinário, muitas doutrinas estranhas que se tornam heresias destruidoras da Fé Patriarcal são consideradas "fogo estranho", podemos destacar as principais heresias que têm levado muitos incautos ao erro fatal e consequentemente, a perda da salvação, são elas o trinitarismo e o unicismo que levam seus adeptos a praticar a perniciosa e abominável IDOLATRIA no Messias, um pecado mortal diante do Eterno. Outra heresia destruidora moderna é o sabatismo lunar, esta heresia obriga seus adeptos a VIOLAREM publicamente o Shabat do Eterno, e assim trazendo maldições sobre eles.A Torah, a seguir, estabelece a Lei da Kash'rut e enumera as duas características principais para um animal ser considerado kashê:a-) Da classe dos mamíferos, o animal deverá ter o casco das patas fendido, e ser ruminante (mastiga, regurgita e mastiga novamente a comida).A Torah inclusive especifica quais animais têm somente uma dessas duas características.b-) Quanto aos peixes, para ser kashê devem possuir escamas e barbatanas.c-) De todos os animais voadores, que não estão incluídos nos grupos proibidos, são permitidos ao consumo.d-) De todos os insetos, todos são proibidos com exceção de quatro tipos de gafanhotos.Em seguida, são dados detalhes do processo de purificação após entrar em contato com espécies impuras mortas, com a finalidade de se manter a santidade espiritual do corpo.E, no final da Parashá, Adonai ordena que o povo de Yisrael esteja sempre separado e consagrado para se oferecer um serviço religioso digno a um D'us Santo como é o Santíssimo D'us de Yisrael, o nosso Elohim.O sentido espiritual da Parashá(comentários da Kabalah):A porção desta semana chama-se Shemini, "oitavo", fazendo uma referência ao oitavo e último dia da inauguração do Tabernáculo no deserto.Sabemos que o Tabernáculo é um simbolismo para construção de um espaço interior(em nosso corpo) que nos permite acessar dimensões mais amplas da realidade, para construirmos no mundo físico uma morada para a Luz Divina.Entre outras coisas, esta porção discute a ideia dos animais puros ou Kashê que são apropriados para consumo, e os impuros ou T'rayfá que devem ser evitados.Desde a história de Adão e Eva, a Torah nos ensina que existe um conceito mais profundo por trás da ingestão de um alimento: o fruto proibido; as oferendas de Caim e Abel; Esaú troca a primogenitura por um prato de lentilhas; o Maná, alimento que caía do céu durante a caminhada no deserto. Uma Lei dietética(Kash'rut) não é apenas uma forma de dizer o que é, ou não é permitido ingerir.Comer está diretamente relacionado à assimilação. Faz parte do processo de refinamento do ser humano a assimilação de dois princípios básicos: aproximar-se daquilo que é "bom" (puro) e afastar-se daquilo que não é bom (impuro).Esta percepção não deve passar apenas pelo critério pessoal, porque o ego tem um grande poder de "justificar" qualquer conceito para atender nossos desejos pessoais, necessidades e expectativas.O filtro que se aplica a tudo que ingerimos transcende a dimensão apenas dos alimentos e diz respeito ao limite, a disciplina e autoconsciência que devem ser adotados em nosso cotidiano para nos aproximarmos daquilo que nos aproxima da Luz Sagrada e evitarmos tudo que nos afasta dela."E pegaram os filhos de Aarão, Nadav e Avihu, cada um o seu incensário e colocaram sobre o fogo, e colocaram sobre elas incenso e ofertaram diante do Eterno, um fogo inadequado, que não foi ordenado a eles" (Vaikrá 10:1)É possível seguir um tipo de comportamento que o próprio intelecto determina como sendo luminoso. Nadav e Avihu, os dois filhos de Aarão, "presumiram" que poderiam fazer, mesmo que com boas intenções, o que eles bem determinassem como certo, ignorando os ensinamentos do Eterno dados a Moisés e Aarão em sua Sagrada Torah.Ao vivenciarmos no dia a dia os ensinamentos da Torah Sagrada somos capazes de nos aproximar da Luz Divina. Uma regra cabalística que contraria muitas pessoas é que, boa intenção não basta para servir ao Eterno, é necessário fazer a coisa "Correta" de acordo como Ele, o Senhor de Tudo e de todos, especificou, só o Eterno sabe a maneira correta de como devemos servi-lo e adora-lo.Intenção (consciência) e ação correta (obediência) devem sempre andar juntos, principalmente quando o objetivo for servir ao Eterno.Aqueles que estão começando na Fé por meio da Teshuvá aprendam com a lição de Nadav e Avihu, que não basta apenas fazer para o Eterno, tem que saber fazer com dedicação, respeito, santidade e responsabilidade.Que Adonai Eterno abençoe a Leitura, o Estudo e a Prática de sua Palavra.

קהילה ישראלית ספרדי נצרית בית בני אברהם 

 Beyt B'nei Avraham - Belém/PaRav Marlon Troccolli

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